Estavam todos no bailarico. Alguns esqueceram as preocupações da labuta diária. Outros tiveram mais um pretexto para beber uns copos de vinho. Afinal, é véspera de feriado e podem dormir até mais tarde. Amanhã acordam, praticamente à mesma hora que se levantariam para ir trabalhar, as mulheres tratam do farnel, vestem os fatos de banho às crianças, arrumam as alcofas, procuram o chapéu de sol, o creme protector, as cadeiras e as toalhas e lá vão eles rumo às praias da Costa da Caparica! E é vê-los sentados na cadeira de praia a ler o jornal desportivo e as mulheres pôr creme protector às crianças que querem escapar para dentro de água. "Só tiras o boné se fores à água!"
Chega a hora do almoço. As mulheres gritam pelas crianças que estão mais entretidas a fazer castelos na areia e a sonhar com outros mundos. Acabam o almoço como o começaram: em silêncio. Em seguida, ouve-se a lenga-lenga habitual: não podes ir à água, acabaste de comer, tens que fazer a digestão... O complicado é convencê-los a não ir molhar o pé. As crianças não páram! Os pais ficam cansados só de os observar...
Chega a hora do regresso a casa. Desmontar o estaminé e demorar uma eternidade no trânsito ao som da Rádio Renascença.
Quando chegam, eles sentam-se no sofá a ver o que quer que esteja a dar na caixa colorida e esperam pela janta. Elas preparam o jantar enquanto vestem as crianças após o banho.
A família reune-se à mesa a ver o telejornal... em silêncio porque "quando se come não se fala!"
Após o jantar, ela levanta a mesa, lava a louça, arruma a casa e ele vai, como habitualmente, até ao café do bairro beber o café com cheirinho depois do jantar.
E assim se passou mais um feriado...
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