Praga

Praga

Praga, o museu ao ar livre mais belo da Europa, recebe do Sol, pela Primavera, os tons que lhe conferem o epíteto de cidade dourada. Floresce tal e qual os jardins que a rodeiam, adquirindo uma aura mágica, convidativa a devaneios românticos e incursões pelo seu passado atribulado.

Existe uma cidade no coração da europa que foi sonhada, ou antes, preconizada por Libuse, uma das três filhas de Cech, um mítico guerreiro eslavo. Herdeira da região da Boémia, a princesa sediou-se com a sua tribo em Vyserhad, até que um dia, ao contemplar o rio Moldava, junto à colina de Petrin, foi-lhe revelado, através de uma aparição, que deveria fundar uma cidade cujo nome significa limiar e à qual estaria reservada “uma glória capaz de atingir as estrelas”. A princesa anunciou a nova ao seu povo, apontou para uma encosta sobre o rio e para aí se deslocou, após ter unido através do matrimónio a sua intuição à força musculosa do camponês Premysl, dando início à primeira dinastia que imperou na região, até ao século XIV.
A partir da Idade Média, essa cidade não só alcançou o brilho profetizado por Libuse, transformando-se primeiro na capital da vasta região da Boémia, como foi palco de uma vida política conturbada e plena de episódios, no mínimo, peculiares, de que resultaram revoluções ou sublevações populares utilizadoras de métodos tão diferentes quanto a defenestração (do latim “pela janela fora”) ou manifestações exemplarmente pacíficas, envolvendo milhares de populares. As primeiras implicaram que corpos de governantes contestados tivessem transposto em voo forçado janelas altaneiras de palácios (trajectórias nem sempre fatais, pois reza a história que alguns sobreviveram ao aterrarem em providenciais amontoados de estrume!) e as segundas, pelo contrário, permitiram profundas alterações no panorama político e económico do país (quase) sem derramamento de sangue.
Foi também nessa cidade – disputada por celtas e germânicos em tempos mais remotos e ocupada pelos exércitos franceses, alemães, austríacos e suecos ao longo dos últimos séculos – que viveram artistas como o compositor neo-romântico Dvórak, o poeta Rainer Maria Rilke, o escritor Kafka, autor das admiráveis mas opressivas e claustrofóbicas obras “O Processo” e “Metamorfose”, ou Milan Kundera, celebrizado por não menos perturbantes, mas mais libertinas criações literárias, de que são exemplo “A Insustentável Leveza do Ser” (adaptada também ao cinema) ou “O Livro do Riso e do Esquecimento”.
Em cada esquina dessa capital da Europa de Leste, à partida mais semelhante a Paris do que a Moscovo, existe um clube de jazz com concertos diários ou salas de espectáculos com dezenas de óperas, bailados, concertos de música clássica e peças de teatro em cartaz.
No Inverno cobre-se de neve e transforma-se no cenário de sonho para qualquer conto de fadas e na Primavera ganha um fôlego e uma luz dourada inigualáveis, convidativos ao romance e a passeios infindáveis, orquestrados por músicos de rua. Citando prazeres mais prosaicos, é também esse o lugar no mundo onde se bebe mais cerveja e, supomos nós a julgar pelos cardápios dos restaurantes, se come mais carne de porco (assada, em bife, picada, em tarte e pudins...) – valha-nos a recente descoberta das cozinhas italiana e oriental!
Obviamente é de Praga, a capital da República Checa, que falamos. No entanto, e apesar de todas estas particularidades, a cidade é sobretudo celebrada pela beleza e pelo perfeito estado de conservação dos seus edifícios, de uma riqueza arquitectónica assombrosa. Reúnem estilos tão diversos quanto o barroco, o renascentista, a art déco, a arte nova, o cubismo e o funcionalismo, passando ainda por alguns exemplares, mais raros, do românico e do gótico.
Visitar Praga para apreciar o seu castelo, as igrejas, os museus e as salas de espectáculos é motivo mais do que legítimo – até porque foi classificada pela UNESCO como Património Mundial. Reflectindo esses edifícios a sua trajectória política, social e cultural, porque não tentar desvendar os segredos que guardam do passado e assim sorver um pouco mais da alma primitiva da que é considerada por muitos como a “mais bela cidade do mundo”? Perante as avalanches de turistas que inundam as estreitas ruelas medievais de Praga, esta poderá ser a forma de melhor sentir e interiorizar o pulsar poético que lhe é peculiar.
Depois é só deixar-se embalar pela música: nas ruas, nas pontes, nas salas de concertos e nos clubes de jazz, guardando o ritmo para o passeio do dia seguinte.

Comentários

johiko disse…
oi mismo estaba pensando en praga y te encuetro!!! hehehe
saludos
Anónimo disse…
linga habladela! eheheh em ricochete.
Anónimo disse…
Hi Ana Teles...Wow! While I was searching for info on black and white guy photography I somehow found your page. Obviously I ended up a little off base, but I am certainly glad I stopped by for a read. While I am here, I just wanted to drop a quick note to comment your blog...now to move on and continue my search for black and white guy photography. Should you ever need it, there's lots of information on this site about #KEYWORD##.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse…
Hi Ana [Lua], you have a nice blog. Glad to see it. Today I was out blog surfing looking for detailed info on black and white photography of kissing when I found your page. Your Praga is not an exact match but it did catch my interest. I am going to add you to my favorite list of blogs for future reading and reference. Should you ever need
information on black and white photography of kissing then drop by the site above and check it out.
Anónimo disse…
Hi Ana [Lua], your blog is excellent. As I was surfing around today looking for detailed info on art photography portrait form I somehow ended up on your page. As your Praga is not exactly related to my search, I am certainly glad I
stopped by. Oh well, back to surfing and I am sure I will find what I am looking for, and should you ever need information about art photography portrait form, then stop by for a look. Thanks for the post.
Anónimo disse…
hello Ana [Lua] !
Thanks for your post. In return i hope to share this funny quote:

"Girls are like phones. We like to be held and talked too, but if you press the wrong button you'll be disconnected!"


Also, please feel free to come and post on my blog : rio de janeiro attractions

Mensagens populares deste blogue